Após resultados da perícia confirmando presença de arsênio no filho de Deise dos Anjos, polícia diz que investigação não descarta nenhuma hipótese. Suspeita está presa temporariamente após três pessoas morrerem ao comer um bolo envenenado. Exames detectam arsênio no marido e no filho de mulher presa por envenenar bolo
A Polícia Civil investiga a possibilidade de envenenamento proposital do filho de Deise Moura dos Anjos. A hipótese foi confirmada pelo delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pela investigação, durante entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (21).
O delegado ainda afirma que nenhuma hipótese é descartada no momento. Deise está presa por suspeita da morte de três pessoas que comeram um bolo envenenado por arsênio. Veja a linha do tempo do caso.
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"Isso a gente não confirma, que o filho teria tomado suco de manga de forma acidental. A gente não confirma essa informação, então nós estamos averiguando outras situações. Eu não posso afirmar que foi acidental, eu não posso afirmar isso. Mas o filho tomou (suco envenenado), isso sim", afirmou o delegado Marcos Veloso, em entrevista à Rádio Gaúcha.
A Polícia Civil havia pedido, na última semana, ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), a coleta de material genético do marido e do filho da mulher suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas da mesma família em Torres, no Litoral, com arsênio.
Na noite da segunda-feira (20), o IGP confirmou presença do veneno, tanto no filho, quanto no marido e também na sogra, Zeli Terezinha dos Anjos. Agora, a investigação vai definir se a intenção de Deise era envenenar marido e filho propositalmente ou, se o filho tomou suco contaminado de forma acidental.
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Investigação
Zeli dos Anjos e o marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, prestaram depoimentos como testemunhas nesta segunda-feira (20), e não são tratados como suspeitos pela polícia.
Bolo envenenado foi recolhido ao Instituto Geral de Perícias (IGP)
Divulgação/IGP
Em nota divulgada no dia 10 de janeiro, a defesa da suspeita Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente, alega que "as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso" e que "aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação".
Polícia diz que sogra era alvo
Segundo o delegado, a sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, era o principal alvo dos envenenamentos.
Delegado Marcos Veloso em coletiva sobre caso do bolo
Reprodução/RBS TV
"O principal alvo dela era a Zeli. Ela estava no dia 2 de setembro, quando fez o café com leite em pó e tudo mais, junto com seu marido, e também estava no local em que Zeli fez o bolo em Arroio do Sal e ela também consumiu o bolo e também foi para o hospital", diz.
A polícia já confirmou que Deise levou o leite em pó para a casa dos sogros. A polícia tenta entender como a farinha, usada para fazer o bolo de Natal, foi levada até a dispensa de Zeli dos Anjos.
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Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise Moura dos Anjos teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar.
A polícia exumou o corpo, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. O sogro de Deise morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Após a morte do sogro, um áudio enviado por Deise revela o relacionamento problemático com a família.
"A gente tá muito nervoso, muito ansioso, um pouco depressivo também. Ele era um pai maravilhoso, um avô muito querido e a minha sogra é uma peste", diz.
Os envenenados
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
Entenda quem é quem no caso do bolo em Torres
Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".
A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital nesta sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.
Publicada por: RBSYS